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Pentest: o que é, quais os tipos e por que realizar

Pentest: o que é, quais os tipos e por que realizar

O investimento em segurança digital é cada vez mais relevante no contexto empresarial e, por isso, os gestores devem promover ações de detecção, prevenção e tratamento de riscos. A utilização do pentest é uma dessas ações.

O ambiente digital é essencial para a realização de processos cotidianos, inclusive o contato com clientes. E a tecnologia avança a olhos vistos paralelamente à velocidade com que as informações são disseminadas através da internet.

Nesse contexto, as vulnerabilidades e falhas nos sistemas também avançam e podem ser exploradas pelos cibercriminosos em um intervalo muito curto de tempo.

Portanto, nada mais sensato que a preocupação com a cibersegurança, começando pela conscientização e buscando a mitigação e a prevenção das falhas de segurança.

Quando se fala em prevenção, a análise de vulnerabilidade e o pentest são dois dos recursos mais lembrados.

Neste artigo, vamos abordar especificamente o pentest, mas também vamos explicar suas diferenças em relação à análise de vulnerabilidades, já que os dois costumam ser confundidos.

O pentest, assim como a análise de vulnerabilidade, é uma das ferramentas de segurança digital mais importantes e básicas para que a empresa consiga atuar de forma preventiva a fim de  reduzir o risco de um ataque ou vazamento de dados.

Por estarem ambos relacionados à identificação de riscos, os dois recursos acabam sendo considerados sinônimos até mesmo por alguns profissionais da área da tecnologia.

É por isso que neste artigo vamos abordar as especificidades do pentest, para que você conheça e implemente adequadamente esta ferramenta explorando todo o seu potencial.

Nos próximos tópicos, você vai entender o que é pentest, quais são os tipos de pentest, quando ele deve ser realizado e qual é a sua importância. Confira!

Pentest: o que é?

Pentest é uma abreviação para penetration test, expressão que pode ser traduzida como “teste de penetração” ou “teste de intrusão”.

Se você é um gestor, provavelmente já ouviu falar sobre pentests ao pesquisar sobre soluções de segurança da informação.

Esse tipo de tecnologia ajuda na localização de pontos mais vulneráveis dos sistemas de modo que os problemas possam ser eliminados antes da possível atuação de um hacker, por exemplo.

O pentest funciona da seguinte maneira: um profissional ou equipe especializada em segurança digital analisa os seus sistemas a partir das informações gerais ligadas a eles.

Essa equipe identifica possíveis pontos fracos da estrutura dos sistemas e desenvolve um plano para explorá-los, como se fossem cibercriminosos.

Esse plano pode englobar diversas técnicas, como a tecnologia scripting e a extorsão de informações por phishing, por exemplo.

O objetivo é criar um cenário realista de um possível ataque para mensurar os pontos de vulnerabilidade e compreender como a empresa se comporta diante de uma invasão.

Ou seja, o profissional de segurança da informação busca identificar pontos de entrada no sistema a partir da visão de um cibercriminoso.

Assim, o pentest pode incluir todas as partes da infraestrutura, como as redes, as aplicações, os dispositivos conectados e também os elementos de segurança física.

Trata-se, na prática, de uma simulação de invasão, também chamada de ataque controlado, que se baseia em um roteiro seguido pelo profissional de segurança cibernética no sentido de verificar as possibilidades de falhas, invasão e roubo de dados.

Passo a passo da realização do pentest

Os passos a serem seguidos para a realização do pentest podem variar conforme os profissionais envolvidos e as condições dos sistemas a serem testados.

Existem alguns guias que apresentam suas particularidades, mas, de modo geral, seguem a seguinte estrutura: reconhecimento do sistema, busca pelas vulnerabilidades, invasão e persistência do invasor no sistema.

O reconhecimento do sistema diz respeito à combinação de informações tecnológicas, burocráticas e comportamentais que permitem traçar um perfil de segurança do sistema.

Este perfil vai orientar a busca por vulnerabilidades, já que mostra os pontos mais fracos do sistema.

Ele engloba, por exemplo, a identificação dos servidores existentes, dos sistemas operacionais utilizados e dos IPs.

Também são consideradas todas as ações que estão sendo executadas pelo sistema e as portas de acesso a ele.

Em seguida, a equipe envolvida reúne as informações obtidas nas duas primeiras etapas para desenvolver uma estratégia  e executar o ataque, buscando invadir a infraestrutura do sistema.

Essa invasão pode ser realizada a partir da execução de um programa ou de um ataque SQL.

Se a invasão for bem-sucedida, os testadores demonstram os riscos ligados a cada vulnerabilidade.

A demonstração do risco normalmente consiste nas provas de que é possível para o invasor manter um acesso contínuo ao sistema por um período de tempo suficiente para executar ações mal intencionadas.

Ou seja, ao tentar invadir seu próprio sistema e conseguir ultrapassar suas barreiras de segurança, você detecta na prática os caminhos que podem vir a ser seguidos por invasores externos.

Nesse sentido, é elaborado um relatório com as informações sobre o trabalho desenvolvido, com destaque para os erros e vulnerabilidades identificados, além dos pontos que precisam de melhoria.

O passo final é justamente a definição de uma estratégia para solucionar os problemas da maneira mais ágil possível.

A simulação de uma invasão é a maneira perfeita de se preparar para as situações de ataques reais, já que toda a equipe fica sabendo o que fazer no caso de uma violação.

Quais são os tipos de pentest?

O pentest pode ser executado de três formas diferentes de acordo com os objetivos da empresa e com os níveis de informações aos quais os profissionais envolvidos terão acesso.

Por isso podemos dizer que temos três tipos de pentest: o white box, o grey box e o black box. Nos próximos subtópicos, falaremos sobre cada um deles.

White box

O white box é o tipo de pentest em que todas as informações sobre a rede, os servidores e o banco de dados da empresa são fornecidas aos profissionais responsáveis pelo teste.

Estão incluídos nesse caso dados como endereços IP, configurações e credenciais de acesso.

Assim, o teste é feito simulando um possível ataque interno, ou seja, uma invasão feita por alguém que atua dentro da empresa e tem bons níveis de permissão.

Normalmente, o white box é usado para a análise de aplicações web em que a configuração do servidor e o código-fonte passam por auditorias que investigam a existência de falhas de segurança.

Quando aplicado de forma adequada, ele representa uma economia considerável de tempo e de recursos para a equipe.

Grey Box

Neste tipo de pentest, são fornecidas algumas informações à equipe responsável pelo teste, mas sem que as configurações do sistema sejam completamente compartilhadas.

Ou seja, o grey box simula um ataque feito por um usuário comum credenciado à rede com permissões limitadas de acesso.

Um exemplo de utilização desta modalidade são os testes realizados no sentido de direcionar a análise de possíveis problemas de segurança em uma aplicação externa.

Black Box

Nesta última modalidade de pentest, nenhuma informação sobre o sistema é repassada à equipe responsável pelo teste.

Temos, assim, a simulação de um real ataque de hacker, ou seja, um cibercriminoso que não tem relação com a empresa e, portanto, não conta com nenhuma informação privilegiada nem credenciais de acesso.

Ao conduzir o teste, a equipe utiliza técnicas específicas de hacking aplicadas aos serviços disponibilizados pela empresa.

Então, são identificadas as vulnerabilidades e possíveis consequências de acessos não autorizados e mal intencionados.

Quando fazer o pentest?

Em primeiro lugar, é preciso enfatizar que os esforços para melhorar a sua segurança digital não devem se resumir à realização do pentest.

Ele sem dúvida é um ótimo recurso, mas deve integrar um conjunto de práticas com vistas a promover a segurança não apenas da empresa, mas também de seus clientes e parceiros.

Também é fundamental o entendimento de que o pentest não pode ser executado uma única vez ou somente quando um risco se torna iminente.

O ideal é refazer o teste regularmente, sobretudo quando ocorrer a implementação de novas soluções para os pontos fracos encontrados em testes anteriores.

Assim, o recomendado é a realização do pentest sempre que houver adições à infraestrutura do sistema ou atualizações de software, hardware ou firmware.

A preocupação com a cibersegurança precisa ser contínua já que as ferramentas utilizadas pelos criminosos digitais não param de evoluir, assim como a tecnologia em geral.

Além das mudanças na infraestrutura do sistema, há outros fatores que podem influenciar a frequência com que o pentest deve ser executado, como o porte e o orçamento do negócio.

Se a sua empresa é de grande porte e lida com vários sistemas instalados, é natural a demanda por uma frequência maior de realização do pentest.

Porém, se os seus sistemas raramente sofrem alguma mudança, o pentest pode ser repetido com uma frequência um pouco menor.

O mais importante é acompanhar as alterações dos sistemas, que os tornam mais eficientes mas também trazem novas vulnerabilidades.

Se as alterações em seus sistemas forem raras, nossa recomendação é de que o pentest seja realizado ao menos uma vez por ano.

Qual é a importância do pentest para a cibersegurança de um negócio?

A realização do pentest é importante porque a busca pelas falhas e vulnerabilidades que, diante do crescimento vertiginoso do cibercrime, deve ser uma constante dentro das organizações.

Assim, a vantagem mais visível da realização do pentest com a frequência adequada é a visão panorâmica (como uma foto) que você passa a ter sobre o nível de segurança da sua infraestrutura digital.

Mas também podemos citar outras vantagens, como a verificação mais detalhada dos níveis individuais de segurança de cada componente da sua rede.

Essa atenção vai possibilitar a identificação de quais partes exatas da sua infraestrutura precisam de maior atenção.

Outro benefício do pentest é a chance de evitar as consequências comerciais e financeiras de um ataque real à sua infraestrutura.

Considerando a necessidade de estreitamento do relacionamento com os clientes, os resultados do pentest podem cooperar na missão de fazer com que os clientes se sintam seguros em relação ao fornecimento de seus dados à organização.

Isso fortalece a imagem e a reputação da empresa, já que ela mostra o seu comprometimento com a segurança digital.

Cabe citar também a avaliação do desempenho das suas estratégias e mecanismos de segurança já implementados.

Ou seja, você, ao realizar o pentest, vai descobrir qual será o comportamento dos seus dispositivos de segurança no sentido de impedir danos à infraestrutura no caso de um eventual ataque.

Dessa forma, você pode adotar posturas e estratégias mais alinhadas com a realidade do seu negócio.

Também será possível justificar e direcionar melhor os seus investimentos em tecnologia e segurança.

Diferença entre pentest e análise de vulnerabilidade

Como dissemos no início do artigo, o pentest muitas vezes é confundido com a análise de vulnerabilidade.

Por isso, vamos retomar este último conceito para diferenciar esses dois recursos relacionados à segurança da informação.

Para começar, a análise de vulnerabilidade consiste em uma rotina que pode ser realizada de forma automática a partir da execução de um software, o que não ocorre com o pentest.

Esse software procura por possíveis falhas no sistema, que funcionam como brechas para invasões à rede, às máquinas ou aos sistemas da empresa.

Nesse contexto, é possível perceber que a análise de vulnerabilidade também consiste em um teste relacionado à cibersegurança, porém normalmente essa análise é mais abrangente e direcionada para um ambiente inteiro, não somente para alvos específicos como é o caso do pentest.

Ao final dessa análise, obtêm-se um relatório com as principais ameaças encontradas organizadas de acordo com a urgência de sua solução, que pode ser baseada na criticidade que cada ativo tecnológico possui para o negócio e também na probabilidade de uma violação de segurança acontecer.

O pentest, por outro lado, apesar de também envolver a procura por vulnerabilidades, o faz conjuntamente com a tentativa de explorar essas vulnerabilidades e funciona como uma auditoria/validação da análise e remediação de vulnerabilidades.

Portanto, duas das principais diferenças entre os recursos de segurança são a abrangência e a profundidade.

No primeiro caso, a análise é mais ampla e tem a função de detectar a maior quantidade possível de riscos, sem a necessidade de uma análise profunda de cada um, inclusive muitas vezes podendo ser automatizada, recorrente e entregue através de uma tecnologia..

No caso do pentest, o foco maior está justamente na profundidade. Ou seja, o teste busca reunir a maior quantidade de informações possível sobre cada vulnerabilidade encontrada, mas ao mesmo tempo se limita a poucos ambientes ou ativos, além de ser um serviço e não uma tecnologia.

Ambas as soluções podem ser utilizadas em seu negócio, já que se relacionam a finalidades distintas e devem inclusive se complementar.

A análise de vulnerabilidade pode ser feita em intervalos regulares de tempo enquanto o pentest pode ser executado em momentos específicos, quando a empresa já conta com uma lista das principais vulnerabilidades conhecidas e até corrigidas.

Quer saber mais sobre a possibilidade de detecção automática de falhas no seu sistema para depois executar o pentest? Leia nosso artigo sobre scan de vulnerabilidade. Até o próximo conteúdo.